Lula e movimentos sociais, se unem para pressionar Dilma
· O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu assumir
papel mais ativo na interlocução do PT com os movimentos sociais e promete
ajudá-los a pressionar a presidente Dilma Rousseff para que atenda suas
demandas.
Insatisfeito com o ministério formado pela sucessora para
seu segundo mandato, Lula disse a aliados que, na sua avaliação, a mobilização
social e a reaproximação com a esquerda são condições necessárias para que o
partido continue no poder depois que Dilma encerrar seu mandato.
O ex-presidente, que governou o país de 2003 a 2010 e ajudou
a eleger a petista com seu prestígio, pretende assim abrir caminho para se
lançar novamente como candidato à Presidência em 2018.
Desde a reeleição de Dilma, em outubro, Lula intensificou
seu contato com movimentos sociais e reuniu-se com lideranças da juventude,
sindicalistas e dirigentes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Eduardo Knapp -
Aos sindicalistas, Lula afirmou que é preciso "sair do
chão de fábrica" e participar de discussões sobre a reforma política,
mudanças no sistema tributário e a regulação dos meios de comunicação.
Já para os trabalhadores sem terra, o ex-presidente fez um
apelo para que as lideranças "reclamem " do governo Dilma e
criem uma agenda efetiva de reforma agrária e agricultura familiar.
No último sábado (20), em Taboão da Serra, na região
metropolitana de São Paulo, Lula participou da inauguração de um conjunto
habitacional construído pelo MTST com apoio do programa federal Minha Casa
Minha Vida, quando afirmou que "é preciso reorganizar a base de alianças
com os setores mais à esquerda da sociedade" caso o PT queira
"continuar governando o país" depois de 2018.
Segundo interlocutores do ex-presidente, esse tipo de
cobrança será feita periodicamente por Lula, que tem se queixado em conversas
reservadas do estilo de Dilma, muito centralizador e pouco alinhado às bases do
partido.
Contrariado com a escolha de Joaquim Levy para o Ministério
da Fazenda, o PT esperava que Dilma compensasse o aceno feito ao mercado
financeiro indicando que agora estaria aberta também a dialogar com os
movimentos sociais na base do partido.
Mas isso não aconteceu. Além de Levy, Dilma nomeou a
senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura e Armando
Monteiro (PTB-PE) para o Ministério do Desenvolvimento, novamente contrariando
os grupos da esquerda petista.
Fonte-UOL
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