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Meio ambiente Novo projeto reduz impactos
Construir a BR-101 no Paraná não é novidade proposta pela gestão do governador Beto Richa. Inúmeras tentativas já foram feitas nas últimas duas décadas para tirar o projeto do papel, mas nenhuma teve sucesso. De acordo com o Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt), o fato de o trecho ficar em uma região de preservação torna a implantação complexa. Interferir com obras impactantes, como de uma estrada, na região Nordeste do estado, é praticamente impossível, devido à existência de inúmeras áreas de preservação. Por isso, o estudo considera que o novo trajeto, ao usar em sua maioria estradas já existentes, deve diminuir os impactos. “Entende-se como perfeitamente possível a busca de uma proposição construída conjuntamente de um projeto ecologicamente viável, que traga ganhos sociais e qualidade de vida para a comunidade local e que mitigue ao máximo os impactos relativos à construção”, diz o Pelt. -
Mais uma:
O Departamento de Estradas de Rodagem lança na primeira quinzena de julho um edital a fim de contratação de empresa que fará o EVTA (Estudo de Viabilidade Técnica e Ambiental) para a construção do trecho paranaense da BR 101, hoje interrompida na cidade catarinense de Garuva.
Com o estudo, o DER poderá encomendar o projeto de construção da rodovia, que deverá ter um custo de US$ 400 milhões e fazer parte do Plano Plurianual 2012-2014.
Segundo o diretor-geral do DER, Amauri Medeiros Cavalcanti, o traçado a partir de Garuva terá 24 quilômetros até o rio Cubatão contornando a baía de Guaratuba; dali, mais 23 quilômetros até a Colônia Pereira, já na PR 508 (Alexandra- Matinhos); outros 23 quilômetros irão da PR 508 até a BR 277.
Num segundo momento, o DER quer fazer também o trecho de 12 quilômetros da BR 277 até Antonina e, mais tarde, a ligação até a BR 116 (rodovia Régis Bittencourt). "Hoje os caminhões quem vêm de Santa Catarina para o porto de Paranaguá têm que subir a serra para Curitiba e descer de novo. Com a nova estrada, serão 84 quilômetros de Garuva ao porto, menos da metade da distância", explica o diretor. Segundo ele, a construção da estrada pode ser considerada "a obra de um governo".
Ambiente
A construção da BR 101 no Paraná é assunto polêmico. A coordenadora Movimento SOS Florestas do Paraná, Teresa Urban, disse ao Metro que não conhece o traçado planejado pelo DER, mas que "não tem estrada que justifique" mexer na área da Serra do Mar, "uma das maiores de mata atlântica contínua em pé no país".
Teresa lembra também que é na região da Serra do Mar que se formam as nascentes dos mananciais que abastecem de água Curitiba e a região metropolitana. "Mexer nisso é imprudência", diz.


