BRASILIA WORLD
“Brasil:
Temporada Infinita – Produção Original Washington Studios”
Se Brasília tivesse um slogan honesto, seria: “O Brasil é
nosso! – Walt Disney, CIA e patrocinadores”. A capital não é uma cidade, é
um parque temático: Brasília World. Lá no Planalto Central, entre palmeiras e
escândalos, funciona a maior franquia americana fora dos Estados Unidos. Tem
Mickey, Pateta e até Pato Donald – só que com CPF brasileiro, políticos com “capivaras
policiais” de fazer inveja para a galerinha da “Cosa Nostra” e para piorar com
foro privilegiado.
Achamos que somos um país soberano, mas na verdade não
passamos de um spin-off barato da série “Estados Unidos – O Império
Contra-Ataca”. A diferença é que, enquanto os americanos têm Hollywood, nós
temos Brasília, um estúdio improvisado onde os roteiristas mudam, mas o
produtor executivo é sempre o mesmo: a velha e poderosa polícia do mundo, o TIO
SAM.
A primeira temporada começou no pós-guerra, quando a gente
trocou café por dólares e soberania por promessas. Em 1964, o episódio especial foi um sucesso de audiência: “O Golpe – Reality Show Patrocinado pela
CIA”. Tinha suspense, tanques nas ruas e trilha sonora de marcha militar
correndo atrás de malucos insanos que queriam transformar o Brasil numa Cuba
com futebol, cachaça, carnaval e o famoso cigarrinho do demônio. Não deu certo,
os revolucionários de boteco tentaram, roubaram bancos, sequestraram aviões e
embaixadores, mas a cavalaria de verdade vestia azul e montava cavalo branco e
o mascote era o cão RinTinTin . Tudo com direção norte-americana e participação
especial, “ Operação Brother Sam”.
Desde então, a série não parou mais. Anos 80? Episódio
dramático: “Dívida Externa – Quem quer ser um Milionário… do FMI?”. E lá
estava o TIO SAM ENTERTAINMENT.CO, colocando sua invejada“Bureau of
Engraving And Printing”, vulgo BEP, a velha e poderosa maquininha de
rodar dólares para pagar as contas dos perdulários e inconsequentes
democratas políticos brasileiros. Anos
90? Vieramas comédias românticas: e claro, lá estava o Brasil e seus democratas
apaixonado pelo Consenso de Washington, suspirando por privatizações e seus
dólares como quem espera flores no Dia dos Namorados.
Nos anos 2000, a coisa ficou high-tech. Chegamos à fase
“soft power”: Netflix, TikTok, este Youtub que vos fala, Google, MSN, ICQ, Orkut,
Big Mac,Marvel e outros que nos fizeram acreditar a verdadeira liberdade é
escolher entre três tipos de combo no drive-thru. O brasileiro acredita
que é livre porque pode fazer dancinha no TikTok com camiseta da GAP enquanto
toma Coca Zero. Democracia? Tá no pacote family size! E continuamos
votando errado, enchendo o congresso nacional de lixo politico.
Agora estamos na fase streaming: a geopolítica virou
binge-watch. Brasília World é uma franquia original, mas com spoiler
permanente: “No final, quem decide tudo é Washington”, colocou dólares nas mãos de meia dúzia de loucos através da sua poderosa USID,
criando aliados de ocasião, democráticos relativos, e com sua nova versão da velha cavalaria de John
Wayne elegantemente vertidos com seus uniformes
vermelhos, que invadiram o Brasil para salvar a decrépita mocinha, a velha
democracia das garras do "golpe" impossível, e entregaram o espólio da pátria amada nas mãos de um bêbado terminal, enredo trágico de um filme chinês de segunda linha com um roteiro mambembe e com um final infeliz, onde todo mundo perde no fim. E nós? Figurantes sem fala, achando que somos protagonistas.
Acabou aí? Claro que não, agora volta a cavalaria com seu garboso uniforme azul sob o comando do novo General, agora com Status de CEO VINGADOR, o intrépido Laranjão das Américas armado com dois Leis Magnitsky no coldre carregado ate a boca, empurra GenGis Khan e Vassili Zaltsev para fora do cinema sem direito a pipoca e Coca Cola. E segue o baile...
A pergunta que não quer calar é:
até quando?
Está passando da hora da gente perceber que Independência ou
Morte não pode ser slogan de campanha da Disney e nem xororo de beira de rio. O brasileiro precisa tomar as “rédeas
do carroção” se quiser que a caravana consiga chegar na terra prometida. E para
isso precisa aprender a votar, não votar em vagabundo com o rabo preso, aprender a importância de um político na sua
vida, porque, do jeito que está, qualquer dia a Estátua da Liberdade pede
música no Fantástico e o Cristo Redentor aparece de chapéu de cowboy no próximo "reboot".
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