Um leitor do blog fez esta pergunta e eu faço questão de
responder.
Anônimo 8 de dezembro de 2012 11:22
Tempos atraz li comentarios que o melhor prefeito foi
Cavagnoli, será? Porque? O que ele fez de tão estraordinario que marcou sua
gestão?
A resposta ao leitor:
Morretes até 1988 vivia exclusivamente da agricultura, a renda deste segmento sozinha movimentava o comércio local, pois a fábrica de papel vinha
se arrastando numa concordata terminal,
a fábrica de lápis já não funcionava e a usina tinha fechado suas portas.
Morretes não tinha ofertas de emprego, a expectativa dos jovens era trabalhar
nas casas de comércio que sobreviviam a esta situação econômica muito precária. O setor de turismo girafa em
torno de pequenos restaurantes, e o Madalozzo já de casa nova. O forte do
turismo gastronômico da nossa região era Antonina, com o barreado da Ieda, Nenega, o Cruzeirão e outros, além de suas festas, como o carnaval, festival de inverno,
festa de agosto e a festa de novembro. O Porto de Cima e o São João eram apenas
locais de passagem para quem descia pela Estrada da Graciosa. O trem ia até Paranaguá
e passava em Morretes as 10:30 da manhã,
cedo para almoçar na cidade, então o
pouco de gente que ficava aqui, saiam dos vagões direto para os ônibus e iam
almoçar em Antonina ou seguiam viagem para o sul, parando para comer no posto
Ataliba, perto de Itajaí. Ao assumir a Prefeitura, em primeiro de janeiro de
1989, Cavagnolli tomou posse embaixo d’água, numa das maiores enchentes que já
aconteceram por aqui. As expectativas econômicas eram terríveis, pois as águas acabaram
com o setor agrícola. E neste momento de crise profunda, ao mesmo tempo em que,
buscava recursos para recompor a cidade, me chamou e pediu para fazer um projeto
que fosse ousado com custo reduzido, que contemplasse o turismo, mas ele queria um turismo forte, com fluxo em grande
escala, para que a economia local voltasse a crescer e os jovens voltassem a ter
expectativas de trabalho. E a ordem era não gastar dinheiro público. A tese era
fazer tudo ao custo “muito perto do zero”, como dizia ele. Fizemos o projeto,
ele aprovou e fomos executar. Com apoio de empresários, Rede Globo local e
nacional, SBT, jornais, rádios, empresas aéreas, redes hoteleiras, ABAV nacional, Embratur, COCAL e a PARANATUR
fomos a luta, e fizemos do barreado um ícone gastronômico do sul do País,
requisitado para abrilhantar festas em
todos os estados brasileiros e países da América do Sul. para quem não sabe, Morretes encerrou o Congresso da ABAV de 1992, no Rio de Janeiro, servindo mais de 4.000 pessoas no Scala/RJ, a custo zero para o município. Mudamos o horário da
chegada do trem, inviabilizando a ida a outros locais para comer por causa da
hora. O passeio de boia, uma brincadeira de poucos morreteanos que iam
até o seu Henrique Fedalto, borracheiro da XV, alugar as boias, foi
transformado em Bóia Cross, através de ações de marketing, num sucesso,
transformando o Porto de Cima, criando o ambiente necessário para o crescimento
sustentado da região. No seu governo fizemos eventos na Graciosa de porte internacional, como o Mundial de Rally de Velocidade, corridas a pé, descidas de
bike com milhares de participantes e partir daí o São João da Graciosa passou também a
ter uma vida turística própria. Ações de marketing audaciosas, como o evento Morretes faz o Verão, com shows de artistas nacionais na Praia de Matinhos, aproveitando o grade fluxo de turistas da época, sem gastar um centavo de dinheiro público. Paralelo a isso sua gestão transformou a cidade, criou
a Rua das Flores, hoje usada como estacionamento pelos empresários gananciosos,
embelezou as praças, recuperou a Casa Rocha Pombo, fomentou o artesanato, enfim o Cavagnolli fez uma nova
Morretes, deu uma identidade turística para a cidade, descobriu
a vocação econômica desta Morretes que vemos hoje, com investidores de turismo
procurando a cidade para seus investimentos e gerando emprego e renda para todos. E eu, tenho um orgulho enorme de ter participado destas mudanças. Estes com certeza são os grandes motivos para o Cavagnolli ser considerado o melhor
prefeito que Morretes já teve nos seus tempos modernos. Quem estava aqui em 1988 vai entender do que estou
falando! O resto, mal ou bem administrou
o seu legado!