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O Samba Carioca de Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró:
O samba é uma expressão cultural profundamente enraizada na história do Brasil, e ao longo das décadas, diversos artistas têm contribuído para sua evolução e diversificação. Três figuras notáveis que deixaram uma marca indelével no universo do samba carioca são Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró. Cada um desses artistas trouxe contribuições únicas para o gênero, destacando-se por suas letras ousadas, abordagens únicas e, acima de tudo, por retratar vividamente a vida nas comunidades urbanas.
Moreira da Silva: O Rei do Samba de Partido Alto
Conhecido
como "O Kid Morengueira" ou "O Rei do Samba de Partido
Alto", Antônio Moreira da Silva, nasceu no Rio de Janeiro em 1º de abril
de 1902, e faleceu em 6 de junho de 2000, no Rio de Janeiro (1902-2000) foi uma
figura seminal no samba carioca. Sua carreira começou na década de 1930, e sua
música frequentemente abordava temas cotidianos e questões sociais com humor e
sagacidade. Moreira da Silva foi inovador ao introduzir o "partido alto",
uma forma de samba improvisado, conhecido por sua contribuição ao samba de
breque e deixou uma marca significativa na história da Música Popular
Brasileira. Sua carreira teve grande
destaque nas décadas de 1930 e 1940. Aos 20 anos, ele iniciou sua carreira como
sambista e compositor, e mais tarde se aposentou como motorista de ambulância.
Seu legado inclui além da criação do Partido Alto, a criação do famoso
"samba de breque", em suas músicas. Suas canções, como "Acertei
no Milhar" e "Na Subida do Morro", são verdadeiros clássicos que
resistiram ao teste do tempo.
Bezerra da Silva: O Malandro Honestíssimo
José Bezerra da Silva nasceu em Recife, em 23 de fevereiro de 1927, e faleceu no Rio de janeiro de 2005, ficou conhecido como "O Malandro Honestíssimo". Sua carreira, que se estendeu por mais de quatro décadas, foi marcada por uma abordagem crua e realista da vida nas favelas cariocas. Bezerra da Silva foi um mestre na fusão de samba com outros gêneros musicais, como o reggae e o rap. Ele compositor, violinista e percussionista Suas letras muitas vezes abordavam questões sociais, corrupção e desigualdades, destacando a malandragem como uma resposta astuta à adversidade. "Malandro Não Vacila" e "Sequestraram Minha Sogra" são exemplos emblemáticos de seu estilo inconfundível.
Dicró: O Menestrel das Subúrbios
Filho da IALORIXÁ
Nilcelina Gomes, Dicró, cujo nome verdadeiro era Edvaldo Santana, conhecido
como "O Menestrel das Subúrbios". cresceu na favela do bairro de
Jacutinga, na cidade de Mesquita. Desde cedo frequentava as rodas de samba
organizadas por sua mãe em seu próprio terreiro. Eventualmente tornou-se
compositor, integrando a ala das escolas de samba Beija-Flor, em Nilópolis, e
Grande Rio, em Duque de Caxias. É dessa época o surgimento do apelido Dicró. De
acordo com o poeta Sérgio Fonseca, os sambas da autoria de Carlos Roberto eram
impressos com as iniciais de seu nome, "CRO". Com o tempo, a
pronúncia e os erros tipográficos, o "De CRO" mudou para "Di
CRO", para no fim se tornar "DICRÓ". Em 1991, estreou como
dramaturgo com o texto "O dia em que eu morri". Durante o governo de
Anthony Garotinho no Rio de Janeiro, foi um dos principais incentivadores da
criação do Piscinão de Ramos.
No dia 25
de abril de 2012, voltando para casa após uma sessão de hemodiálise, sentiu-se
mal, vindo a ser internado em um hospital de Magé. Morreu poucas horas depois,
em decorrência de um infarto. Foi sepultado no dia seguinte no Cemitério Parque
Jardim de Mesquita, na Baixada Fluminense. Sua carreira começou na década de
1970, e suas músicas retratavam a vida simples e os personagens típicos dos
subúrbios cariocas. Dicró tinha um dom para contar histórias cotidianas com
humor e ironia, usando melodias cativantes.
Conexões e Influências
Apesar de
suas abordagens distintas, esses três artistas têm conexões profundas no que
diz respeito à temática de suas músicas. Todos eles compartilharam a missão de
retratar a vida nas camadas sociais mais marginalizadas, usando o samba como
meio de expressão. Suas letras muitas vezes abordavam a malandragem, a
corrupção, a pobreza e as dificuldades enfrentadas pelos habitantes das favelas
e subúrbios do Rio de Janeiro.
Legado Duradouro
O legado
de Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró continua a influenciar novas
gerações de artistas e a moldar a paisagem musical brasileira. Suas músicas não
apenas proporcionaram entretenimento, mas também serviram como crônicas
sociais, documentando a realidade das comunidades marginalizadas. O samba
desses mestres transcendeu fronteiras e se tornou um espelho autêntico da
diversidade e complexidade da sociedade brasileira.
Em
resumo, Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró deixaram uma marca indelével
no panorama do samba carioca. Seus estilos únicos, letras provocativas e
conexões profundas com as raízes culturais do Rio de Janeiro os elevam a
posições de destaque na rica história da música brasileira.
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