FALE COMO UM ENÓLOGO!(Bom entendedor de vinhos)
“Huum, esse vinho é redondo, frutado, fácil e com pouco
tanino. Mas não achei tão estruturado quanto aquele licoroso de ontem. Já esse
outro é bem sóbrio, tem um corpo ótimo e é bem persistente.”
Se você não entendeu metade da frase acima, está na hora de
conhecer mais a “língua do vinho”.
Vinho redondo? O que raios é tanino? E desde quando um vinho
tem corpo?
Muita calma! Ao terminar de ler essa matéria, você estará
expert em todos esses linguajares, e nunca mais ficará com cara de paisagem
quando alguém falar que um vinho é “austero”.
Acidez: é o que dá ao vinho sua sensação refrescante. Você
poderá dizer que o vinho tem boa acidez quando sentir isso nas laterais da
língua. Um dos desafios dos produtores de vinho é atingir a acidez adequada.
Vinhos brancos tendem a ser mais ácidos que os tintos.
Fresco: É um vinho refrescante. Pode ser tanto branco quanto
tinto, mas tem que te dar a impressão de estar tomar uma brisa.
Álcool : É óbvio que todos os vinhos têm uma porcentagem de
álcool (é o que o faz ser uma bebida alcoólica, afinal), mas um “vinho
alcoólico” significa que o cheiro do álcool ficou bem nítido no aroma do vinho.
Isso acontece quando o vinho está numa temperatura maior do que a ideal. Mesmo
quando for um vinho de alto teor alcoólico (como um vinho do Porto, por
exemplo), o cheiro do alcool não deve aparecer. Se isso acontecer, coloque o
vinho na temperatura certa e tome depois. Se ele continuar alcoólico, é um
defeito do vinho.
No caso de um vinho de alto teor, na temperatura certa, o
álcool será notado como um calor atrás da garganta, trazendo característica ao
vinho.
Tanino: O tanino é, na verdade, uma defesa da planta, que
nas uvas está presente nas cascas e sementes. (sabe quando você morde semente
de uva e sente aquela adstringência amarga na língua? Voilà!). O vinho, por ser
feito com a uva, também tem tanino, o que serve inclusive para
preservá-lo.Quando o vinho vai amadurecendo, o tanino vai se tornando mais
suave. Há vinhos que tem pouco tanino e há vinhos com bastante tanino (de sabor
bem adstringente) . Os dois tipos podem ser vinhos de qualidade, são apenas
diferentes.
Estrutura: diz-se que um vinho é estruturado quando ele tem
uma presença equilibrada de ácidos, álcool e taninos. É o mesmo que dizer que
ele é equilibrado. Muitas pessoas acham que “vinho estruturado” é um vinho
encorpado, mas na verdade o que conta mais pra definir a estrutura é a medida
certa de todos os elementos do vinho.
Corpo: o corpo do vinho é a sensação de “peso” que ele traz
na boca. Um vinho com corpo é um vinho denso, untuoso, que parece que você pode
morder. Por exemplo, um Amarone italiano do Vêneto. Um vinho com menos corpo já
é um vinho mais leve no paladar, como um Pinot Noir.
Fácil: um vinho fácil é aquele que você toma sem
necessariamente harmonizar com uma comida, que “desce” mais fácil, que é
divertido.
Complexo: o vinho complexo é aquele que tem uma variedade
aromática e gustativa maior, que talvez precise ser decantado antes de ser
tomado, ou ser aberto um pouco antes. Ele tem um leque de sensações mais
ampliado.
Sóbrio: pode parecer engraçado dizer que uma bebida
alcoólica é sóbria, mas é essa a palavra usada quando queremos dizer que o
vinho é mais fechado, mais “sério”. Usando um exemplo humanizado, é como se o
vinho sóbrio fosse um empresário, o complexo fosse um acadêmico e o fácil fosse
um amigo seu.
Austero : um vinho que causa estranhamento, que faz com que
você fique com uma expressão austera, que “feche a cara” . Por exemplo, um
vinho com muito tanino que não estava pronto para ser aberto.
Selvagem, frutado, floral, mentolado ou mineral: todas essas
palavras remetem ao aroma ou sabor do vinho. Um vinho pode, por exemplo, ter
aroma de violeta (floral), hortelã (mentolado), pedras molhadas (mineral) ou
notas de frutas vermelhas (frutado), lembrar cheiro de couro ou até esterco
(selvagem), e muitas outras coisas. Todas essas sensações são consequencia da
produção do vinho.
Redondo: um vinho que não tem arestas, ou seja, que não tem
nada sobressaindo acima de tudo, nem faltando. Ele tem uma transição boa de
cada elemento do vinho , passando do aroma ao sabor, à acidez, à adstringência
e a outro elementos de forma fluida. Pode-se dizer que é um vinho sedoso,
aveludado.
Persistente: é o vinho que deixa a sensação do gosto na
boca, mesmo depois de ser engolido ou cuspido. Quanto maior é a persistência,
melhor é o vinho. Se você sentir o sabor de 2 a 3 segundos após ter provado,
ele é considerado um vinho de persistência curta; de 4 a 6 segundos é uma
persistencia média; e de 6 a 8 segundos é uma persistência longa.
Personalidade: é o que faz o vinho ser diferente dos outros.
Por exemplo, muitos Carménères chilenos são bem herbáceos e frescos, mas
alguns, apesar de serem da mesma uva e do mesmo terroir, adquirem
características a mais. Um vinho com personalidade é aquele que tem um “toque”
especial.
Vivo: também é chamado de vinho brilhante. É aquele vinho
que te desperta, que parece jovem, alegre, fresco e de notas fortes.
Morto: Vinho que passou da época de ser bebido, ou está
oxidado.
Fortificado: vinho que recebe destilados na sua produção,
ficando com um teor alcoólico maior (de 14% a 20%).
Licoroso: vinho feito a partir de bagos de uva, que tem a
fermentação interrompida, ficando com açúcar residual, que caracteriza seu
sabor adocicado.
Generoso: vinho licoroso e fortificado.
O mundo da linguagem do vinho é muito maior, mas tenho
certeza que agora você já está por dentro de qualquer conversa com um
entendedor do assunto. Boa sorte!
Fernanda Braite
DICA:
Côte Valcombe Fruit Rouge 2008
Vale do Rhône, França
Para quem gosta de vinhos franceses (e quem não gosta!?),
vale a pena parar alguns minutos para ler sobre este vinho, um tinto do vale do
Rhône que merece atenção.
Suculento desde o perfume de ameixas, leva consigo uma
jorrada de azeitonas verdes para dar estrutura a tantas frutas vermelhas que
surgem.
Um trânsito de cerejas, amoras e framboesas preenche todo o trajeto do
vinho pela língua, fazendo jus ao “fruit rouge” em seu rótulo.
Quando chegam ao final, preparam todo o organismo para a
passagem das ameixas, que parecem falar conversar conosco quando estão na boca,
onde prevalecem por longos e longos segundos.
Graduação alcoólica: 13,5%
História
Os vinhos do Chateau de Valcombe expressam o melhor da
região sul do Rhône, na França. O Chateau faz parte da família Ricome desde
1740, e no século 19 a vinícola marca
sua presença no mundo do vinho, quando a propriedade ganhou um prêmio na "Feira
Mundial" de 1855.
Os Ricomes foram uns dos primeiros na denominação a apostar
na uva Syrah, aposta que deu certo.
Faixa de preço - R$49,00
Decisão Plenária
ResponderExcluirAcórdão em 25/04/2013 - E.Dcl. no(a) RESPE Nº 10378 Ministro HENRIQUE NEVES DA SILVA
Publicado em 03/06/2013 no Diário de justiça eletrônico, nº 102, página 73
O Tribunal, por maioria, recebeu os embargos de declaração como agravo regimental e o desproveu, nos termos do voto do Relator. Vencido o Ministro Marco Aurélio apenas quanto à conversão.
Votaram com o Relator as Ministras Luciana Lóssio, Rosa Weber e Laurita Vaz e os Ministros Castro Meira e Cármen Lúcia (presidente).
http://www.youtube.com/watch?v=gAuq7FTFSr8
ResponderExcluirInteressante este vídeo! Vale a penar assistir!
ExcluirTantos problemas sérios acontecendo em Morretes e em todo o Brasil, e o vagabundo falando de Vinhos, até parece que esta preocupado.
ResponderExcluirVamos por partes cara palida, eu não sou a causa dos problemas de Morretes, não super faturo ambulancias, não ponho fogo em parquinhos, não acabo com programas de saúde, não jogo dinheiro público no lixo construindo elefantes brancos, não sou processado por mal feitos com recursos federais e por aí vai, se sou vagabundo, sou as minhas custas, e se falo de vinho é porque gosto de vinho. A minha sugestão para você, pau mandado vagabundo, é não ler o blog, ao invés disso leia um livro, leia John Grishan, um bom autor de ficção, ou leia Fernando Pessoa, faça alguma coisa de bom pela tua cultura. Acredite, você vai se sentir uma pessoa menos amarga!
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